Sabemos hoje com todas as facilidades do dia-a-dia, rapidez em
informações e outras cosias que de certo surgiram para suprir as demandas de
vazio do homem moderno, penso sobre o paralelo sobre uma entrevista que li, com
Freud ( Neurologista e Pai da Psicanálise, que tem contribuições inestimáveis
com a psicologia) e sobre uma música bem simples, de melodia suave, da banda
Karnak.
Penso que certas correntes da nossa linguagem, sempre atuais,
contextualizadas, por que nosso campo de linguagem é vivificado, esta sempre em
mudanças não se estagnando.
O que venho propor, é uma leve reflexão sobre os pontos em comum da
entrevista e na música, em uma palavra, definiria de SIMPLICIDADE, que
concordamos que é diferente de FACILIDADE ou COMODIDADE.
É fácil dirigir meu automóvel para ir ao centro da cidade
fazer compras. Acho que todo mundo concorda com isso, não há mistério nenhum
nisso, há? É muito mais cômodo ir de carro, que caminhando.Mas não é simples,
tenho que saber dirigir, ter paciência com as pessoas do transito, pedestres mal
educados, motociclistas oportunistas que furam o transito em todos os sentidos,
cachorro atravessando na nossa frente, o transito da minha cidade é caótico,
apesar de ter apenas 45 mil habitantes.
Se fosse caminhando, poderia prestar atenção em outros
detalhes, ricos detalhes eu diria, poderia sentir o perfume das flores, ou de
alguém que passasse por mim, embora não tenho a mínima idéia de quem seja essa
pessoa, poderia ver uma pessoa conhecida que a muito tempo não a via, ver o
encantamento de pais conversando com seus filhos, pessoas sorrindo e chorando,
ver cachorro dormindo debaixo de uma árvores... Obviamente, cada um de vocês
caros leitores tem experiências do que seriam essas coisas simples, que também
são subjetivas e correlacionadas com suas experiências de vida.
Vou exibir apenas alguns trechos da entrevista com Freud, para
que não dê um vasto pergaminho, quem tiver curiosidade poderá ler na integra no
site:
http://www.tirodeletra.com.br/entrevistas/SigmundFreud.htm
FREUD e seu Cachorro - Google |
Fragmentos: Freud e a entrevista
de George Sylvester Viereck
George Sylvester
Viereck: - Às vezes eu penso - disse eu - se nós não seríamos mais felizes se
conhecêssemos menos o processo que forma os nossos pensamentos e emoções. A
psicanálise tira o encantamento da vida, quando segue a pista de cada um dos
sentimentos até os seus complexos básicos. Não ficamos mais felizes ao descobrir
nosso lado selvagem, criminoso e animal.
FREUD: -O que o
senhor tem contra os animais? - respondeu Freud - A comunidade animal é
infinitamente melhor do que a humana:'
George Sylvester Viereck - Porquê?
FREUD: - Porque
os animais são muito mais simples. Eles não sofrem de personalidade dividida ou
desintegração do ego, problemas que surgem da tentativa do homem de se adaptar a
padrões de civilização que são sofisticados demais para o seu mecanismo
intelectual e psíquico. O selvagem, assim como o animal, é cruel, mas ele não
tem a maldade do homem civilizado. A maldade é a vingança do homem contra a
sociedade pelas restrições impostas a ele. É essa vingança que dá vida ao
reformista profissional e às pessoas intrometidas. O selvagem pode cortar a sua
cabeça, comê-lo, torturá-lo. mas ele vai poupá-lo das pequenas provocações que,
às vezes, tornam a vida em uma comunidade civilizada quase intolerável. Os
hábitos e as idiossincrasias mais desagradáveis do homem, como a trapaça, a
covardia e a falta de respeito, são produzidos pela sua adaptação incompleta a
uma civilização complicada. É o resultado do conflito entre os nossos instintos
e a nossa cultura. As emoções intensas, diretas e simples de um cachorro, ao
abanar o rabo ou latir quando é contrariado, são muito mais agradáveis! As
emoções de um cachorro - acrescentou Freud pensativo - me fazem lembrar um dos
heróis da antiguidade. Talvez seja por isso que nós inconscientemente damos aos
cães nomes de heróis da antiguidade como Aquiles ou Heitor.
- O fato do seu
nome ser lembrado não significa nada para o senhor?
Absolutamente
nada, mesmo que ele seja realmente lembrado, o que não é certo. Eu estou mais
interessado no destino dos meus filhos. Espero que a vida deles não seja tão
dificil. Não posso torná-las muito mais fácil. A guerra praticamente acabou com
a minha modesta fortuna, as economias de uma vida inteira. Entretanto,
felizmente, a idade não pesa tanto para mim. Eu ainda sou capaz de seguir em
frente! Meu trabalho ainda me dá prazer.
Nós andávamos por um caminho do jardim da casa. Com as mãos sensíveis, Freud acariciou um arbusto que florescia.
Nós andávamos por um caminho do jardim da casa. Com as mãos sensíveis, Freud acariciou um arbusto que florescia.
FREUD: - Estou
muito mais interessado nestas flores do que no que possa acontecer comigo depois
que eu morrer.
George Sylvester
Viereck :- Então, no fundo, o senhor é um pessimista?
George Sylvester
Viereck :Freud precisa dizer a verdade a todo custo! Não consegue se forçar a
lisonjear os Estados Unidos, onde tem a maioria dos seus admiradores. Não
consegue, mesmo estando em desvantagem, fazer as pazes com a profissão médica,
que até hoje o aceita com grande relutância. Apesar da sua integridade
inflexível, Freud é muito cortês. Ele ouve qualquer sugestão com paciência, sem
jamais tentar intimidar o entrevistador. É raro um convidado partir sem algum
presente, uma lembrança da sua hospitalidade! A noite chegara. Estava na hora de
pegar o trem de volta para a cidade que um dia abrigara o esplendor imperial dos
Habsburgos. Freud, acompanhado pela esposa e pela filha, subiu a escada que
ligava o seu retiro nas montanhas à rua, para se despedir de mim. Ele me pareceu
triste e sombrio, quando acenou para mim.
FREUD: -Não me
faça parecer um pessimista - comentou depois do último aperto de mão - Eu não
desprezo o mundo. Expressar insatisfação para com o mundo é só uma outra maneira
de cortejá-lo, para conseguir platéia e aplausos! Eu não sou um pessimista, não
enquanto tiver meus filhos, minha mulher e minhas flores! As flores -
acrescentou ele sorrindo - felizmente não têm personalidade ou complexidades.
Adoro as minhas flores. E não sou infeliz - pelo menos, não mais do que outras
pessoas.
JUVENAR – BANDA KARNAK
Endereço de pesquisa: http://letras.terra.com.br/karnak/183194/
Tá frio aqui
Tá muito poluido
Eu tô triste eu tô borrecido
Tá feio aqui
Tá muita poluição
Tá fedido
Fumaça de caminhão
Eu tô cansado da cidade
Eu quero ir pro mato
tem de tudo lá
porco galinha pato
tem carroça
tem cachorro
tem carro de boi
correguinho sempre tem
Juvenar Juvenar
Vem tirar o leite
São 6 horas da manhãJuvenar Juvenar Juvenar Juvenar
You who are part of Karnak
Who fear the engine fumes
Which smells you may love
Should comprehend that the best things in life
Are health, food and love
You have to come to terms with yourself
For that, it doesn't matter where you are
You can be in a cardboard box under that bridge
Or in a palace in Madagascar
You can be in a faraway planet
Or inside this truck's coach-box, in any part
It's cold, it's stormy, it's raining
Much sadder is the rain inside our hearts
(tradução)
Vocês que fazem parte do Karnak
que temem a fumaça do motor
percebam que o melhor da vida
é saúde é comida é amor
você tem que estar bem consigo mesmo
prá isso não importa o lugar
pode ser até debaixo desta ponte
ou num palácio lindo em Madagascar
pode ser num planeta bem distante
ou na boleia deste caminhão
tá frio tá tempestade tá chovendo
muito mais triste é a chuva do nosso coração
JUVENAR
Mas embora cada um tenha suas história, mas parto do pressuposto que coisas
SIMPLES, são por dizer sem complicações, que não acarretam custos, onde hoje há
esse imperativo social de que tudo há um preço, isso não se aplica a nossa
simplicidade em questão, onde há uma negação do ser sujeito, deixando de viver as experiências simples, e seus sentimentos, por um consumismo desenfreado e vazio.
Um bom fim de semana, simples.
Saulo
Rodrigo Mazagão
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